23 de Junho de 2022
PRIDE MONTH: Q&A com Warner Players!
Leandro Camilo, Nicky Mitrava, Mabê Bonafe e Letícia Marques falam sobre representatividade nas telas!
Neste Pride Month, convidamos alguns Warner Players da comunidade LGBTQ+ para conversar um pouco sobre a representatividade nas telas. Qual é a importância disso? Quem são os personagens queers que mais os inspiram? Respostas para essas e outras perguntas, você confere nessa matéria especial!
Os convidados da vez foram Leandro Camilo, Nicky Mitrava, Mabê Bonafe e Letícia Marques. Confira a resposta de cada um e, se você ainda não conhece seus trabalhos, não deixe de acessar suas redes sociais para mais conteúdo.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1- Quais personagens e personalidades históricas são suas maiores inspirações quando falamos em representatividade LGBTQIA+?
Leandro: “A Mulher-Gato foi sempre empoderada, nunca ligou para o que as pessoas pensam, assim como a Arlequina e a Hera Venenosa. Pra mim, esse trio, em questão de representatividade, são minhas maiores inspirações."
Nicky: “Eu gosto muito do Pernalonga, porque diversas vezes ele aparece transvestido, ele aparece de drag, então ele é uma das minhas grandes inspirações, porque quando eu era criança, eu via e falava “quando eu crescer, eu quero ser drag igual ao Pernalonga”.
Mabê: “Minhas personagens LGBTQIA+ favoritas costumam ser de produções mais atuais, porque, embora personagens existam há muito tempo em séries, eles passaram muito tempo sendo estereotipados. Mas, vamos lá, meus favoritos:
Cam e Mitchell (Modern Family): mesmo o Cam sendo um personagem exagerado, eu gostava de vê-lo inserido num núcleo familiar em uma série que exalta uma família, e sua rotina, sem preconceito envolvido. Além da personalidade de ambos serem super diferentes e deixar tudo ainda mais engraçado.
Eric (Sex Education): eu amo como o Erick é assumido e seguro de si mesmo, uma pessoa contagiante, cheio de amigos, com problemas adolescentes relativamente normais.
Stella Gibson (The Fall) - ela é uma detetive que está investigando um serial killer e a história é policial e meio sem querer você descobre que ela se relaciona com mulheres também, é feito de uma forma muito natural, como deveria ser. A Stella é uma mulher forte, corajosa, divertida e intrigante.
Petra (Jane The Virgin) uma das vilãs da série, muito divertida, e depois de conhecer mais a história dela, a gente acaba se apegando e nem sei mais se é considerada vilã ainda! A sua personagem é bissexual.
Jules (Euphoria): é uma personagem maravilhosa que interpreta uma personagem trans na série. Ela tem uma personalidade linda, é divertida, madura, super-fashion e uma verdadeira inspiração.
Chloe Price (Life is Strange): ela é a melhor amiga da Max Caulfield, protagonista do jogo Life is Strange. A Chloe é uma garota super-estilosa de cabelo azul, tatuagens e atenciosa. Além disso, ela vive as coisas muito intensamente, bem coisa de jovem e eu sempre curti ela.
Quando eu penso em personalidade histórica, eu penso em Marsha P. Johnson, que se identificava como gay, travesti e rainha - o que ela realmente era. Marsha foi uma ativista bem conhecida na cena gay e artística de NY nos anos 70, e ajudava a organizar casas de acolhimento para jovens LGBTs em situação de rua, na maioria das vezes expulsos de casa por conta da sexualidade. Participava de inúmeros protestos, e defendeu também pessoas em situação de prostituição e portadores de HIV, que nessa época eram estigmatizadas.”
Leticia: “Acredito que quando falamos de representatividade, temos que citar o grande Cazuza, as músicas e pensamentos iam muito além de seu tempo. Outra grande personalidade é o ator e humorista Paulo Gustavo, não tem como você falar de representatividade sem falar dele, sem dúvidas ele foi um dos maiores comediantes que o país teve, e que conseguia adentrar às casas de muitos brasileiros com a maior naturalidade e mostrar que a comunidade LGBTQIA+ merece respeito e ser humano como qualquer outro.”
2- Como você entende a importância da representatividade LGBTQIA+ em séries, games e filmes?
Leandro: “Por muitos anos só víamos pessoas heteros em séries, filmes e principalmente games. Imagina o que é ser LGTBQIA+ em um mundo onde você não se vê na tela, nas HQs, nenhum lugar. Imagina você ser adolescente e não se identificar com nada que a mídia te proporciona. Você passa a sentir que é o errado, já que nada ali te representa. Então, isso é importante, personagens LGBTQIA+ só reforçam que é normal você ser você, que isso existe, sempre existiu e sempre existirá.”
Nicky: “É importante, porque, na maioria dos casos, nós quando crianças LGBTQIA+ não tivemos muita referência, pelo menos na minha época. Hoje temos Pabllo Vittar, Gloria Groove, Lia Clark, hoje vemos muitas referências na TV. Mas antigamente não tinha, então para as crianças terem alguma representatividade nesses desenhos, não quer dizer que ela vai deixar de ser uma criança hetero e virar gay, porque ninguém vira gay, né, você nasce. Esses desenhos, tendo representatividade, só moldam sua personalidade e fazem com que você seja quem você é de verdade.”
Mabê: “Como uma pessoa LGBT que nasceu nos anos 80, raramente me vi representada nos filmes, livros ou histórias que eu consumi. É um pouco assustador pensar que até uma certa idade eu nunca consumi nada que me mostrasse uma boa parte de mim, que tivesse me ajudado a entender o porquê algumas coisas eram tão confusas para mim. Eu vim de cidades do interior, cidades em que eu não tinha conhecimento de muita coisa, e ninguém dizia nada sobre sexualidade. Se eu tivesse tido acesso a alguns conteúdos que existem antes, talvez eu teria descoberto mais cedo a minha sexualidade em vez de ficar lutando contra ela e me machucando por tanto tempo. E pra mim é essa a importância da representatividade LGBT: naturalizar os espaços, tornar natural a nossa existência, saber que seremos acolhidos em empregos, em espaços físicos e pelas pessoas de modo geral. O que, sabemos, ainda está bem longe do ideal.”
Leticia: “A representatividade é muito necessária para que as pessoas não tenham medo nenhum de se esconder porque vivemos em um país extremamente intolerante. O fato é que quando estamos nos entretendo, sempre vamos nos identificar com algum personagem e quando existe essa representação dentro de alguma série, filme, ou game, nos sentimos empoderados, sentimos que o mundo começa a tratar a gente como pessoas normais porque é o que somos! Além do mais, é importante para que os jovens que estão se descobrindo não tenham medo de serem quem são porque os personagens favoritos deles são como eles.”
3 - Quais personagens você considera ícones da representatividade LGBTQIA+ no universo do entretenimento?
Leandro: “Eu queria poder citar outros personagens, mas pra mim, a Arlequina segue sendo o maior símbolo que temos: aquela que é colorida, não liga pro que a galera pensa dela, é feliz, meio louquinha, mas principalmente: ELA É ELA MESMA. E é sobre isso 💜💚💙💛”
Nicky: “Eu gostava muito do Ele, que era um vilão das Meninas Superpoderosas, e ele era icônico, eu amava demais. Porque basicamente o nome dele era Ele, ou seja, era um rapaz, mas se comportava do jeito que queria, e se vestia do jeito que queria se vestir. Muitas vezes até melhor do que as Meninas Superpoderosas, né, hahah.”
Leticia: “Dentro do universo Warner, estamos começando a sermos bem representados. O Alvo Dumbledore não só foi como ainda é um grande ícone para a comunidade toda. Para o mundo dos games temos a Ellie de The Last of Us. Nos quadrinhos, temos a Arlequina e a Hera.”
Os convidados da vez foram Leandro Camilo, Nicky Mitrava, Mabê Bonafe e Letícia Marques. Confira a resposta de cada um e, se você ainda não conhece seus trabalhos, não deixe de acessar suas redes sociais para mais conteúdo.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1- Quais personagens e personalidades históricas são suas maiores inspirações quando falamos em representatividade LGBTQIA+?
Leandro: “A Mulher-Gato foi sempre empoderada, nunca ligou para o que as pessoas pensam, assim como a Arlequina e a Hera Venenosa. Pra mim, esse trio, em questão de representatividade, são minhas maiores inspirações."
Nicky: “Eu gosto muito do Pernalonga, porque diversas vezes ele aparece transvestido, ele aparece de drag, então ele é uma das minhas grandes inspirações, porque quando eu era criança, eu via e falava “quando eu crescer, eu quero ser drag igual ao Pernalonga”.
Mabê: “Minhas personagens LGBTQIA+ favoritas costumam ser de produções mais atuais, porque, embora personagens existam há muito tempo em séries, eles passaram muito tempo sendo estereotipados. Mas, vamos lá, meus favoritos:
Cam e Mitchell (Modern Family): mesmo o Cam sendo um personagem exagerado, eu gostava de vê-lo inserido num núcleo familiar em uma série que exalta uma família, e sua rotina, sem preconceito envolvido. Além da personalidade de ambos serem super diferentes e deixar tudo ainda mais engraçado.
Eric (Sex Education): eu amo como o Erick é assumido e seguro de si mesmo, uma pessoa contagiante, cheio de amigos, com problemas adolescentes relativamente normais.
Stella Gibson (The Fall) - ela é uma detetive que está investigando um serial killer e a história é policial e meio sem querer você descobre que ela se relaciona com mulheres também, é feito de uma forma muito natural, como deveria ser. A Stella é uma mulher forte, corajosa, divertida e intrigante.
Petra (Jane The Virgin) uma das vilãs da série, muito divertida, e depois de conhecer mais a história dela, a gente acaba se apegando e nem sei mais se é considerada vilã ainda! A sua personagem é bissexual.
Jules (Euphoria): é uma personagem maravilhosa que interpreta uma personagem trans na série. Ela tem uma personalidade linda, é divertida, madura, super-fashion e uma verdadeira inspiração.
Chloe Price (Life is Strange): ela é a melhor amiga da Max Caulfield, protagonista do jogo Life is Strange. A Chloe é uma garota super-estilosa de cabelo azul, tatuagens e atenciosa. Além disso, ela vive as coisas muito intensamente, bem coisa de jovem e eu sempre curti ela.
Quando eu penso em personalidade histórica, eu penso em Marsha P. Johnson, que se identificava como gay, travesti e rainha - o que ela realmente era. Marsha foi uma ativista bem conhecida na cena gay e artística de NY nos anos 70, e ajudava a organizar casas de acolhimento para jovens LGBTs em situação de rua, na maioria das vezes expulsos de casa por conta da sexualidade. Participava de inúmeros protestos, e defendeu também pessoas em situação de prostituição e portadores de HIV, que nessa época eram estigmatizadas.”
Leticia: “Acredito que quando falamos de representatividade, temos que citar o grande Cazuza, as músicas e pensamentos iam muito além de seu tempo. Outra grande personalidade é o ator e humorista Paulo Gustavo, não tem como você falar de representatividade sem falar dele, sem dúvidas ele foi um dos maiores comediantes que o país teve, e que conseguia adentrar às casas de muitos brasileiros com a maior naturalidade e mostrar que a comunidade LGBTQIA+ merece respeito e ser humano como qualquer outro.”
2- Como você entende a importância da representatividade LGBTQIA+ em séries, games e filmes?
Leandro: “Por muitos anos só víamos pessoas heteros em séries, filmes e principalmente games. Imagina o que é ser LGTBQIA+ em um mundo onde você não se vê na tela, nas HQs, nenhum lugar. Imagina você ser adolescente e não se identificar com nada que a mídia te proporciona. Você passa a sentir que é o errado, já que nada ali te representa. Então, isso é importante, personagens LGBTQIA+ só reforçam que é normal você ser você, que isso existe, sempre existiu e sempre existirá.”
Nicky: “É importante, porque, na maioria dos casos, nós quando crianças LGBTQIA+ não tivemos muita referência, pelo menos na minha época. Hoje temos Pabllo Vittar, Gloria Groove, Lia Clark, hoje vemos muitas referências na TV. Mas antigamente não tinha, então para as crianças terem alguma representatividade nesses desenhos, não quer dizer que ela vai deixar de ser uma criança hetero e virar gay, porque ninguém vira gay, né, você nasce. Esses desenhos, tendo representatividade, só moldam sua personalidade e fazem com que você seja quem você é de verdade.”
Mabê: “Como uma pessoa LGBT que nasceu nos anos 80, raramente me vi representada nos filmes, livros ou histórias que eu consumi. É um pouco assustador pensar que até uma certa idade eu nunca consumi nada que me mostrasse uma boa parte de mim, que tivesse me ajudado a entender o porquê algumas coisas eram tão confusas para mim. Eu vim de cidades do interior, cidades em que eu não tinha conhecimento de muita coisa, e ninguém dizia nada sobre sexualidade. Se eu tivesse tido acesso a alguns conteúdos que existem antes, talvez eu teria descoberto mais cedo a minha sexualidade em vez de ficar lutando contra ela e me machucando por tanto tempo. E pra mim é essa a importância da representatividade LGBT: naturalizar os espaços, tornar natural a nossa existência, saber que seremos acolhidos em empregos, em espaços físicos e pelas pessoas de modo geral. O que, sabemos, ainda está bem longe do ideal.”
Leticia: “A representatividade é muito necessária para que as pessoas não tenham medo nenhum de se esconder porque vivemos em um país extremamente intolerante. O fato é que quando estamos nos entretendo, sempre vamos nos identificar com algum personagem e quando existe essa representação dentro de alguma série, filme, ou game, nos sentimos empoderados, sentimos que o mundo começa a tratar a gente como pessoas normais porque é o que somos! Além do mais, é importante para que os jovens que estão se descobrindo não tenham medo de serem quem são porque os personagens favoritos deles são como eles.”
3 - Quais personagens você considera ícones da representatividade LGBTQIA+ no universo do entretenimento?
Leandro: “Eu queria poder citar outros personagens, mas pra mim, a Arlequina segue sendo o maior símbolo que temos: aquela que é colorida, não liga pro que a galera pensa dela, é feliz, meio louquinha, mas principalmente: ELA É ELA MESMA. E é sobre isso 💜💚💙💛”
Nicky: “Eu gostava muito do Ele, que era um vilão das Meninas Superpoderosas, e ele era icônico, eu amava demais. Porque basicamente o nome dele era Ele, ou seja, era um rapaz, mas se comportava do jeito que queria, e se vestia do jeito que queria se vestir. Muitas vezes até melhor do que as Meninas Superpoderosas, né, hahah.”
Leticia: “Dentro do universo Warner, estamos começando a sermos bem representados. O Alvo Dumbledore não só foi como ainda é um grande ícone para a comunidade toda. Para o mundo dos games temos a Ellie de The Last of Us. Nos quadrinhos, temos a Arlequina e a Hera.”